Papo com Carlos Kober: O mundo da realidade virtual veio pra ficar no meio empresarial

Papo com Carlos Kober: O mundo da realidade virtual veio pra ficar no meio empresarial

No Papo com a Nexo de hoje, o entrevistado é o jornalista, professor universitário, diretor artístico e publicitário Carlos Kober. Atualmente, Kober é diretor artístico na TV Globo, na Globosat, e professor no curso de comunicação da Unicarioca Rj. Foi ele quem criou o  o Set Universitário da Famecos, na PUCRS. Hoje, ele também trabalha com um projeto e EAD na Ipiranga, no Rio de Janeiro, em que treina mais de 54 mil frentistas. Carlos Kober acha fundamental aplicar cursos online nas empresas, porque diminui os custos, permite controlar melhor os resultados e traz uma modernidade de resultados jamais vistas. Confira a entrevista:

Nexo: Qual é a importância de uma empresa ser inovadora nos dias de hoje?
Carlos Kober: Crucial. A empresa estagnada não tem chance. O mercado em profunda evolução exige empresas criativas e inovadoras, com capilaridade e capazes de se recriar a cada momento. E também sem medo de ousar. Quanto mais arejada sua estrutura, em todos os escalões, mais rápido ela atinge seus objetivos. A inovação vem de dentro, da quebra de paradigmas e da extrema capacidade de se reorganizar diante dos novos desafios e das vicissitudes do mecado.

Nexo: O que você acha de aplicar treinamento através de cursos online?
Carlos Kober: Fundamental. Diminui os custos, permite controlar melhor os resultados, traz uma modernidade de resultados jamais vistas. Existem diversas ferramentas de treinamento e plataformas extremamente eficazes para isso. Algumas utilizando até vídeo e interatividade moderadas ou não, com ou sem tutor, com muito bom resultado. Se puder customizar a ferramenta à necessidade do cliente ou serviço, melhor ainda. Os cursos podem ser extremamente criativos e potencialmente diferenciais. Não precisam ter cara de “aula”, risca de giz. O colaborador aprende sem sentir, com vários escalões e etapas de gratificação ou até mesmo bonificações que ele acumula e, ao final, rendem a ele um avanço em outros cursos ou reforço em outras áreas. E se quiser revisar conteúdos em que não está muito bem, sempre pode retornar em determinada etapa e fazer um bom “flux review” de tudo, fazer provas, tudo isso monitorado. Pode-se saber de sua performance, o tempo que fica logado, quantas vezes acessou o sistema, por quanto tempo, com quem, se acessou o chat de consulta e bate-papo, se acessou o tutorial, quantas vezes e se está realmente captando o conteúdo pretendido. Em lugar algum presencial se poderá obter isso. Além disso, há a vantagem suprema da administração do tempo, o aluno estuda e afere a matéria de acordo com sua possibilidade de tempo e espaço. E quantas vezes quiser.

Nexo: Na sua opinião, qual é o ganho em produtividade para a empresa que aplica cursos online de capacitação? E há redução de custos?
Carlos Kober: O que antes significava um profissional de treinamento viajando loucamente por vários estados e regiões, hoje é uma plataforma inteligente, que pode integrar vídeo, multimídia, arte, computação gráfica, arquivos de outros colegas, a memória da empresa, depoimentos, outros cases, etc etc etc e formar um banco de dados bem consistente. Isso pode ser catalogado e formar uma escola, uma universidade do conhecimento daquela empresa, que além dos cursos pode ser acessada como banco de dados e ser consultada a qualquer momento. E a informalidade e montagem passa pela gestão do conhecimento. É uma passagem que a empresa precisa fazer para um novo patamar, mais ágil. Tem a vantagem de que o colaborador poderá acessar sempre que puder, onde estiver, até em movimento, em mobile ou no tablet, ou em algum ambiente diferente do que o seu lugar habitual. Assim, potencializa os acessos. E a sala de aula virtual até pode se formar, mas com outra finalidade. Uma empresa que aplica em cursos online, investe uma vez e tem vários retornos.

Nexo: O que você acha da utilização do simulador de realidade virtual imersiva para capacitar funcionários de uma empresa?
Carlos Kober: Acho muito útil e muito importante no dia a dia de quem lida com e-learning e precisa estar sempre em dia com a tecnologia. O mundo da realidade virtual é uma realidade que veio pra ficar no meio empresarial, e uma ferramenta completa e imersiva é fundamental. Eu implantaria em meus projetos, com certeza.

Papo com a Nexo: Jorge Audy fala sobre inovação e realidade virtual

Papo com a Nexo: Jorge Audy fala sobre inovação e realidade virtual

A partir de hoje, a Nexo irá publicar uma série de entrevistas com profissionais sobre inovação e realidade virtual. O Papo com a Nexo começa com o escoteiro e agilista Jorge Horácio Audy. Formado em Análise de Sistemas e mestre em Gestão da Informação pela Faculdade de Administração da PUCRS, Jorge atualmente é agilista da empresa DBServer, professor na Faculdade de Informática da PUCRS e colaborador no GU de Métodos Ágeis da SUCESU-RS e TecnoTalks.

Audy acredita que a inovação deve fazer parte do cotidiano das empresas. Para ele, os cursos online são uma oportunidade de acesso a conhecimentos e o uso dos simuladores de realidade virtual imersiva está começando a se tornar realidade e veio para ficar. Confira o bate-papo:

Foto Arquivo Jorge Audy
Foto Arquivo Jorge Audy

Nexo: Qual é a importância de uma empresa ser inovadora nos dias de hoje?

Jorge: Inovação é um conceito amplo que acabou sendo restringido nos últimos anos. Inovação pode acontecer em novos produtos e serviços, mas também é necessária no cotidiano, melhorando ambientes, produtos, soluções, processos e pessoas. De startups a grandes corporações, a globalização e ampla difusão de acesso ao conhecimento e informação impõem a todos a necessidade de se aprimorarem, de inovarem constantemente. Acredito no conceito de capacidade absortiva, que identifica a construção de conhecimentos e saberes que permitem a uma organização inovar, quer resolvendo problemas, melhorando ou criando novos produtos e serviços.

Nexo: O que você acha de aplicar treinamento através de cursos online?

Jorge: Os cursos online já se estabeleceram como uma oportunidade de acesso a conhecimentos, vide coursera, OEB, AE, etc, formas distintas para introdução e fixação de teoria e boas práticas, metodologias e frameworks. Nas empresas já existem diferentes players que fornecem plataformas de e-learning. Grandes empresas se utilizam para trilhas de cursos básicos, introdutórios, alguns obrigatórios, trata-se de facilitar e padronizar o acesso e uso de conhecimentos e informações, pura gestão do conhecimento.

Nexo: Na sua opinião, qual é o ganho em produtividade para a empresa que aplica cursos online de capacitação? E há redução de custos?

Jorge: Os benefícios vão além da questão de redução de custos com salas, instrutores, também de tempo quando tentamos compatibilizar diferentes agendas e disponibilidades, dizem respeito à estratégia. Há cursos introdutórios em que o acesso facilitado em uma plataforma de disponibilização e acesso, antecipam e proporcionam acesso em momentos livres ou desejáveis caso a caso, deixando para os presenciais aqueles que exigem esta mecânica, mas também podem tratar-se de amplos repositórios de diferentes mídias e conteúdos.

Nexo: Você já experimentou um simulador de realidade virtual imersiva? O que você acha de sua utilização para capacitar funcionários de uma empresa?

Jorge: Não, ainda não tem muitos por aí. O futuro do ensino e capacitação passam por estas soluções, como no curso e avaliação usando simuladores pelo DETRAN e já há bastante tempo pela indústria aeronáutica. Trata-se de um conceito amplo, com implementações em diferentes níveis de realismo e variações. Em empresas, vejo os primeiros passos, cursos animados usados para treinamentos, ainda bastante básicos, mas que contextualizam os exercícios e visualização, como em um curso de prevenção de acidentes do trabalho. O uso de simuladores de realidades virtuais, assim como de realidade aumentada, estão ainda no início e vieram para ficar.